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SUICÍDIO: Uma ferida calada na sociedade

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O suicídio produz uma ampla inquietação na área de saúde. A Organização Mundial de Saúde projeta que até 2020 mais de 1,5 milhões de pessoas irão cometer suicídio.

No Brasil, em 2016 foram 11.433 mortes por suicídio. Isso expõe o calibre do problema no nosso meio. O suicídio pode ser prevenido, fato que muitas pessoas não sabem ainda. Para que exista prevenção é necessário que as tenhamos um maior conhecimento do assunto e acabemos com as suposições e crendices do senso comum, para que com isso tenhamos instrumentos para barrar o crescimento exponencial que ocorre atualmente com o flagelo do suicídio, pois já morrem mais pessoas de suicídio do que de AIDS.
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O assunto raramente é comentado, pois ainda é um grande tabu, somente quando algum famoso comete suicídio, é que a mídia aborda o tema, mas logo cai em esquecimento, ou ainda quando pessoas comuns têm uma ocorrência como essa em seu círculo social, o assunto é discutido, porém logo é deixado de lado. O resultado desse comportamento é o perpetuamento da desinformação.

Se tivermos uma vivência mais atenta perceberemos que as pessoas em sofrimento e risco estão a nossa volta, ao nosso alcance. Podemos ajudar a salvar essas pessoas, se estiverem em risco suicida, mas para isso precisamos estar minimamente preparados com uma boa dose de empatia e informação. O suicídio brota de uma conexão de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais.

Não há uma causa única é multifatorial. Ouvir o indivíduo é um santo remédio, pois ao interagir com uma pessoa em sofrimento (sobretudo em perigo de suicídio) seja respeitoso e procure entender suas dores. Mantenha o foco nos sentimentos dela e não em falas animadoras para distraí-la. Evite julgamentos, se não tiver nada para falar, essa é uma boa oportunidade de ficar de boca fechada e ouvidos abertos. Se entender que o sujeito está em grande agonia, procure ser empático e se coloque o mais próximo possível.

Escolha um lugar apropriado e privativo, resguarde um tempo e constitua um bate-papo de confiança. Isso promove o fortalecimento vincular que é altamente protetivo na prevenção do suicídio. Frase como “a vida não vale à pena” ou declarações parecidas, não devem ser subestimadas.
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Ocorrendo abertura, deve-se conversar com o autor da fala sobre intenções suicidas, logicamente com muito cuidado e tato, respeitando sempre o ser humano que está em sofrimento. Existe uma falsa ideia que conversar sobre suicídio pode ser pior, isso é tão mentiroso que um dos lemas da campanha de Prevenção ao Suicídio no Setembro Amarelo é: Falar é a melhor Solução. O CVV (Centro de Valorização da Vida) realiza ajuda emocional e prevenção do suicídio, acolhendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que almejam e necessitam dialogar, sob total sigilo pelo telefone 188 todos os dias da semana. Devemos deixar de lado a tentativa de distrair a pessoa da aflição ou calar a sua dor, e mostrar uma compreensão emocional para com o sofrimento do sujeito. E se nesta comunicação ficar claro que o risco de suicídio é real, devese comunicar pessoas ligadas a ele sobre a situação. Não pense “é frescura”, “quem quer se matar não fica falando” ou ainda “está querendo chamar a atenção”.

Leve-o se possível a buscar ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra, pois estas especialidades estão preparadas para lidar com esse problema de saúde, pois se fosse alguém com um tumor cancerígeno com certeza nenhuma pessoa hesitaria em buscar um oncologista. Por que com a saúde mental titubeamos tanto?

AGUINALDO ADELINO CARVALHO
Psicólogo CRP 06/142740

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