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Jovem internado com a mãe e a irmã não resiste e morre com coronavírus

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Uma das três pessoas da mesma família que foram internadas com o novo coronavírus no litoral de São Paulo não resistiu e morreu. A vítima, o vigilante Luiz Fagner Dias Novaes, de 31 anos, estava inconsciente na UTI desde o começo do mês. Mãe e dois filhos contraíram o vírus ao se revezarem para acompanhar pai internado em um hospital de Cubatão (SP), após ter tido um AVC.

Em entrevista para o G1 nesta segunda-feira (13), a técnica de enfermagem Maria Carolina da Silva Novaes, de 39 anos, irmã de Luiz e também infectada pela doença, afirma que a mãe deles, de 59 anos, ainda não sabe sobre a morte dele. Ela está entubada e inconsciente na UTI do Hospital Guilherme Álvaro, em Praia Grande, devido a Covid-19.

O vigilante estava entubado e inconsciente na UTI em um hospital de São Bernardo do Campo (SP), por falta de vagas nas unidades de saúde na região, de acordo com familiares. Ele não tinha comorbidades e praticava atividades físicas esporadicamente.

Luiz começou a apresentar sintomas após revezar com a irmã o acompanhamento do pai, que estava internado após ter tido um AVC. A mãe dos dois já havia parado de realizar as visitas após começar a se sentir mal. Ele estava internado há mais de dez dias, sendo seis na UTI. Ele testou positivo para Covid-19.


Os sintomas mais recorrentes entre a família foram febre, diarreia, dor de garganta, perda de olfato e paladar, dor de cabeça e tosse forte. Por fim, veio a grande falta de ar em qualquer esforço que faziam.

“Como tenho convênio, fui encaminhada para a Beneficência Portuguesa. Minha mãe está na UTI do Hospital Guilherme Álvaro e meu irmão transferido para São Bernardo”, diz. “Ela ainda não sabe que meu irmão faleceu, porque está inconsciente no hospital. Quando recobrar a consciência, uma equipe médica dará a notícia, aos poucos, para ela digerir a situação”, diz.

A auxiliar de enfermagem teme pela situação de sua mãe, que segue internada na UTI e seu pai, que ficou tetraplégico recentemente. “Para uma mãe é muito difícil enterrar um filho, não é a ordem natural das coisas. Estamos todos muito preocupados com ela, quando acordar”, diz. “Meu pai também está muito mal. Ele está tetraplégico por conta do AVC que sofreu e lamenta não poder fazer nada para ajudar. Está tudo muito difícil em nossa família.”

Maria recebeu alta na sexta (9) e segue em quarentena, mas lamenta, ainda, observar que as recomendações de isolamento social não estão sendo à sério pela população.

“As pessoas não estão levando o isolamento social à sério. Só acreditam na doença quando ela bate na porta de casa. Comigo ela não bateu na porta, ela surgiu por todos os cantos, atingindo minha família. Estou desmoronando, não sei o que fazer.”

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