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ARTIGO: A Educação na época da pandemia.

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A atual situação de pandemia que enfrentamos nos leva a desdobramentos secundários causados pelas ações tomadas para lutar contra as circunstâncias movidas pela Covid-19. Dentre muitas podemos destacar os problemas relacionados com a saúde mental.

Segundo a Fundação Fio Cruz nesse período pode ocorrer situações das pessoas terem que ficar sempre em estado de alerta, atribuladas, confusas, estressadas e com impressão de ausência de conhecimento frente às dúvidas do quadro surreal pintado.

Às vezes podem desenvolver reações atípicas devido ao medo de adoecer, morrer, ficar desempregado, separação de familiares devido ao isolamento social.

A escola tem um papel de muita relevância em todas as sociedades. Para termos ideia, segundo o Censo Escolar de 2019 feito pelo INEP, foram registradas 47,9 milhões de matrículas nas 180,6 mil escolas de educação básica em solo nacional em que atuam 2,2 milhões de professores, está de fora dessa conta a educação superior.

Vemos que é um contingente humano considerável e que em sua grande maioria está participando de uma modalidade de ensino que até antes não se tinha parado para observar com maiores cuidados, a educação remota.

A quarentena foi decretada para diminuir o contato social e com isso a disseminação do Coronavírus. A escola foi a instituição que logo de início teve suas atividades suspensas. Para minimizar os prejuízos pedagógicos, começou-se então de maneira emergencial as aulas remotas. São atividades, ministradas por professores, em horário convencional ou não da aula presencial, por meio maciço da utilização de recursos tecnológicos, ou outros tipos de materiais.

Essa solução que a meu ver é a melhor escolha possível no momento e que por assim dizer apresenta suas falhas, serve para evidenciar algumas incongruências que muitas vezes a escola não parava para olhar, pois era algo considerado periférico em detrimento as demandas mais urgentes.

Diz o artigo 205 da Constituição Federal de 1988: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Mas na prática a participação da família na vida escolar das crianças era mínima, pois os fóruns de participação da sociedade nem sempre são de fácil acesso. Muitas vezes a participação real era somente nas reuniões de pais e mestres ao final de cada bimestre.

As escolhas sobre o que é importante para a vida de uma criança passam pelas premissas que a escola referenda como importante, deixando pouco espaço para a flexibilização da vontade dos pais.

Além de muitas vezes a escola assume funções que a priore deveria ser da família. Dou como exemplo a quantidade de ações que a escola faz para tratar dos atos comportamentais inadequados dos alunos, isso é papel da família.

 Com esse mapa apresentado já existe subsídio suficiente para discutir como o ano de 2020 será complexo dentro do aspecto educacional. Parece que é uma barragem cheia de trincos que mina água por todos os lados e não temos muitas ferramentas para acudir.

Todavia podemos não aumentar a pressão desse turbilhão. A escola não tem como pilar fundamental as suas estruturas e hierarquias, mas sim os relacionamentos entre professores, alunos, famílias e gestores.

Deve-se ter uma grande preocupação com os aspectos emocionais das pessoas envolvidas na educação, pois todos estão de alguma forma privados do contato humano presencial na sua totalidade. Pensando assim as competências e as habilidades que orbitam as aulas remotas devem em alguma medida atentar para estratégias que atenuem o sofrimento psíquico.

Fugir do bombardeio de notícias sobre a quarentena.

Há 5 bilhões de smartphones no mundo e isso constitui que grande parte da população mundial está conectada. Logo isso gera um fluxo alto de dados trocados pela internet. O problema é que há muitas Fake News. Orientar as pessoas que as informações falsas podem causar temor e desconforto em que lê notícias falsas, que geralmente são escritas de uma forma tendenciosa.

Existe também as notícias verdadeiras, mas que são muito veiculadas explorando e fomentando a ansiedade das pessoas. Pare de seguir cada segundo dos noticiários. O professor pode orientar seu aluno para que leia as notícias apenas uma vez ao dia, isso é salutar.

Constituir um hábito de vida cotidiana para o momento atual.

Antes da quarentena nós possuímos uma rotina, que simplesmente foi alterada sem que pudéssemos fazer escolhas. Por isso, é necessário reconstruir uma nova rotina para a quarentena. A escola pode ajudar as famílias em estabelecer horários para acordar, estudar, trabalhar, alimentar-se e cuidar da casa etc. Só o fato dos horários das aulas remotas através de suas tecnologias coloca uma organização na estrutura familiar das crianças.

Pratique atividades físicas dentro de casa. Há diversas atividades que podem ser feitas sem a necessidade de ir à academia. Como por exemplo: pular corda, yoga, alongamento, exercícios aeróbicos, dança, entre outros.

Utilizar a tecnologia para se aproximar das pessoas

Por mais que o isolamento social seja chato para muitos e podem se sentir que foi esquecido, devemos entender que todos estamos no mesmo barco.

Na Bíblia a expressão “UNS AOS OUTROS” aparece muitas vezes. Essa é uma maneira perfeita de Deus nos ensinar a importância da fraternidade. Ele mostra-nos que em todos os dias do ano precisamos de alguém, ou que alguém precisa de nós! Você tem dado um ombro amigo? Existem pessoas sedentas apenas por um telefonema amigo! E nós não estamos sozinhos também, precisamos de “amigos mais chegados que irmão”.

Durante este período aproveite para estreitar os laços com as pessoas queridas, através das disciplinas de códigos, linguagens e suas tecnologias que podem auxiliar de maneira concreta a forma de ligar para os seus avós que estão isolados por meio de chamada de vídeos ou filmes à distância com alguém que você o aluno gosta muito, ainda podendo escrever mensagens para os parentes diariamente.

Talvez o que mais deveríamos fazer é tentar tirar o “S” da palavra “CRISE”, ficando a palavra “CRIE”. A escola deve ser o grande laboratório criativo de professores e alunos para construir uma convivência que possa levar os sujeitos a terem condições emocionais e comportamentais que nos ajudem a superar e vivenciar a pandemia da Covid-19.

Devemos seguir a orientação do apóstolo Paulo na Carta aos Efésios capítulo 5:15-16. “Portanto, prestem atenção na sua maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas como os sábios. Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm. ”

 

Aguinaldo Adelino Carvalho

Palestrante, Professor, Psicoterapeuta e Teólogo

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