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ARTIGO: Gestão do estresse em tempos de ensino remoto

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Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão. Isaías 40:31

Na semana passada o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, colocou uma possibilidade de volta às escolas em setembro, hoje fechadas, dependendo de como a pandemia do coronavírus estiver se comportando e havendo condições de segurança sanitária para o retorno das aulas presenciais de forma gradual e limitada.

Enquanto isso, segue o ensino remoto.

Pais, alunos, professores e gestores se debruçam no modo de ensino imposto pela pandemia, em que cada um dos atores educacionais está longe, à distância, dentro de uma forma de ensino com afastamentos social.

A educação formal da maneira como está, e digo que não há outro modo de ser, tem potencializado um problema que já havia antes, o estresse.

O estresse é um mecanismo fisiológico que nos permite sobreviver no mundo da pós-modernidade dos grandes centros urbanos, ou até mesmos nas comunidades isoladas de indígenas na Amazônia. Quando um sujeito está diante de uma situação aversiva, é liberado em seu corpo marcadores químicos (dentre eles a adrenalina), que provocam reações para a fuga ou o enfrentamento do problema.

Um aluno, hoje, pode ficar numa situação de estresse, fugir ou enfrentar, quando tem que responder uma atividade pelo celular e a conexão cai, a versão do Android não é compatível com o aplicativo, tem que dividir o uso do celular com outro familiar ou ainda sente a falta do olhar acolhedor do professor e colegas.

Também há a situação do estresse do professor, que está atolado com inúmeras demandas. Responder e-mail para a gestão da escola, dar feedback para os alunos, atender aos pais, fazer a busca ativa dos alunos que estão à margem do processo de ensino aprendizagem, preparar aulas em plataformas digitais, ufa que canseira!

O estresse pode influenciar vários pontos da vida; emoções, comportamentos, capacidade de raciocínio e a saúde física. Por isso, é importante ter acesso a um profissional de saúde que tenha condições de diagnosticar e propor terapêuticas para um prognóstico promotor da saúde. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”

Existem algumas situações que o estresse pode prejudicar a homeostase, que é o estado de relativa estabilidade da qual o ser humano precisa para fazer suas funções de modo correto para a promoção do equilíbrio do corpo e da mente.

Um estudo publicado no The Journal of Headache  an Pain em 2000, observou que há uma associação entre o estresse e a dor de cabeça crônica. As preocupações excessivas levam ao cansaço mental produzindo a cefaleia.

A pele é o maior órgão do ser humano e o estresse pode afetá-la significativamente. Alergias e eczemas são manifestações dermatológicas que podem ter gatilhos acionados por situações estressoras.

Diarreia, constipação, gastrite e úlceras podem ser partes da sintomatologia do estresse patológico. Quanto maior o período que o sujeito está com momentos estressantes, mais os problemas se agravarão.

A lista de problemas não se encerra, mas gostaria de mudar o tom para as possibilidades preventivas e curativas.

A alimentação adequada com mais produtos naturais, “descascar mais e desembrulhar menos” é uma ação importante. Praticar atividades físicas para proporcionar a liberação de hormônios (endorfina e GH), que melhoram o funcionamento do corpo. Ter um sono reparador para recuperar a fadiga cotidiana.

A angústia gerada pelo estresse resultante do sofrimento psíquico pode ser atenuada pelo acompanhamento psicoterapêutico, pois pode-se dar sentido aos acontecimentos de maneira reflexiva.

O terapeuta pode ajudar a identificar situações do dia a dia causadoras de estresse e com isso instrumentalizar o cliente para uma gestão do “sim” e do “não“. Também pode levar o sujeito ao reconhecimento dos fatores geradores de estresse em que sozinho não consegue ver, por exemplo, tentar resolver problemas de parentes que eles mesmos não querem a solução.

Nas sessões pode-se aprender a lidar com os pensamentos tóxicos, aquela ruminação intensa referente ao que não gosta ou ao que não se consegue mudar.

Enfim na situação de Educação Remota se faz extremamente necessária a gestão do estresse, para que quando voltar ao ensino presencial todos estejam com saúde para poder estudar a pedagogia do olho no olho, permeada pela didática do abraço.

Aguinaldo Adelino Carvalho | Palestrante, Professor, Psicoterapeuta e Teólogo.

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