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Butanvac não estará disponível antes de seis meses, diz fundador da Anvisa

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Na última quarta-feira (28), o Instituto Butantan anunciou o início da produção da Butanvac, o primeiro imunizante contra a Covid-19 fabricado integralmente no país. Apesar da empolgação, é pouco provável que a vacina esteja disponível para distribuição antes de, pelo menos, seis meses. Isso porque ainda há muitas etapas para serem cumpridas. Uma delas é a realização dos testes clínicos em humanos.

“O Instituto Butantan pode começar a produzir a Butanvac, não tem problema nenhum”, diz Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista que fundou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). “Agora, é preciso que a realização dos testes clínicos seja aprovada.”

O médico conta que, para que a Anvisa libere a realização dos testes da Butanvac em humanos, é preciso que o Instituto Butantan envie os documentos solicitados. Por enquanto, o órgão não liberou os ensaios porque não os recebeu na totalidade.

Vecina explica que, depois que os testes forem autorizados, é preciso realizá-los – o que começa com o recrutamento de voluntários e só termina quando for concluída a fase 3. “Depois que tudo isso acontecer, daqui a seis meses ou mais, que é o tempo que demora para concluir os testes clínicos, nós poderemos ter essa vacina da Butanvac.”

Primeiro lote deve ficar pronto na segunda quinzena de maio

Segundo o governador de São Paulo, João Doria, o primeiro pacote de doses deve ficar pronto ainda neste semestre. “Na primeira etapa, o Butantan vai ter 18 milhões de doses da vacina prontas para uso na primeira quinzena de junho”, destaca.

O tucano afirma que a capacidade de produção da fábrica do Butantan é de 100 milhões de doses até o fim do ano. “No ritmo que o Instituto trabalha, se houver rapidez na aprovação pela Anvisa, o Butantan pode produzir até 150 milhões de doses da Butanvac ainda neste ano”, estima Doria. Os processos estão sendo realizados na mesma fábrica em que é produzida a vacina da gripe, já que a tecnologia das duas fórmulas é semelhante.

De acordo com o Instituto Butantan, após a incubação dos 580 mil ovos com o novo coronavírus, ocorrem a coleta do líquido alantoico, a clarificação, a concentração, a purificação e a inativação do agente para a obtenção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA). Depois disso, virão o envase e a inspeção de qualidade.

Segundo o governador, outros cinco lotes, com a mesma quantidade de ovos cada, devem chegar até sexta-feira (7) para serem transformados na matéria-prima do IFA. Isso deve totalizar volume de IFA suficiente para fabricar cerca de 6 milhões de doses de Butanvac até 18 de maio.

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